O Taubaté vai entrar em campo nesta quarta-feira, contra o Red Bull (não o Bragantino, mas o de Campinas). Foram cinco meses de espera — destes, quatro sem sequer poder treinar. A volta do futebol no interior é uma total incógnita, já que muitos times perderam jogadores e até mesmo perderam o embalo natural da competição.
Mas, para o Burro da Central, será um importante termômetro para saber em que nível o time vai voltar na Série A-2 do Campeonato Paulista. A boa notícia para os torcedores é que não teve debandada de atletas. O Taubaté perdeu três jogadores — um deles era reserva — e ainda contratou mais um.
Fisicamente, segundo a comissão técnica, o time está bem desde a volta aos trabalho. Resta ver como vai se portar em campo. E o adversário de logo mais luta contra o rebaixamento, é um time formado por atletas de base e que continua existindo apenas por uma questão protocolar.
Se todas as expectativas de cumprirem, o Taubaté vence o jogo e pode até assumir a liderança, já que o São Bernardo, que tem um ponto a frente, encara um sempre complicado clássico regional contra o São Caetano.
Agora, é a hora de ter noção da real situação do Burro da Central após a volta do campeonato. Entendo que o torcedor tem de tudo para ficar otimista.
Além do time ser bom, ainda tem uma diretoria que demonstra dar respaldo. E tem um gerente de futebol, Carlos Arini, acostumado a vencer e que é atuante no dia a dia dos clubes onde trabalha. Com ele, não tem ‘chinelinho’, não tem ‘migué’, não tem ‘corpo mole’. Conhece muito bem o mundo do futebol. Ou joga ou não joga. E quem trabalha com ele sabe que precisa dar 110% de esforço.
Os dez jogadores do Goiás testados positivos para coronavírus, que causou o adiamento (em cima da hora) do jogo contra o São Paulo, no domingo, já coloca em xeque logo de cara a segurança sanitária dos atletas e pessoas diretamente envolvidas com o futebol. E mostra também um total absurdo em só divulgar os resultados horas antes da partida. Os jogadores do São Paulo entraram em campo e só foram avisados do adiamento momentos antes da partida.
Com mais de 1.000 mortes por dia no Brasil, não era hora de retomar o futebol. Mas, já que retomou, a segurança deveria ser redobrada. Se dez jogadores testaram positivos em um único time, alguma coisa está errada.
Se é para voltar, que sigam com rigor os protocolos de segurança. Os jogadores precisam ficar em casa quando não estiverem treinando.
Duvido que, se aumentarem os casos, terão coragem de paralisar o Campeonato Brasileiro. Mas é preciso responsabilidade.
O caso do Goiás acendo o sinal de alerta — não só no futebol — mas na sociedade de uma forma geral. Esse caso é um exemplo do risco que corremos no dia a dia quanto à contaminação.
O hospital Albert Einstein, responsável pelos testes, deveria entregar dentro do horário e data combinados. Para não ocorrer esses problemas que ocorreram no domingo.
E a demora também para adiar a partida foi surreal. Se, logo cedo, no domingo, já se sabia dos contaminados, deveriam já ter cancelado o jogo. E não esperar o São Paulo entrar em campo, fazer a preparação e depois o jogo ser cancelado.
Na Europa, os protocolos deram certo. E os campeonatos seguiram de forma tranquila. Por aqui, nos estaduais também não deu muito problema, mas no Brasileirão, que tem jogos em vários estados, com deslocamentos maiores, os problemas maiores poderão surgir.
Que a CBF, responsável pela organização do Brasileirão, tenha bom senso e aumente o rigor dos protocolos de segurança sanitária.
Futebol é maravilhoso, mas a nossa vida é muito mais importante neste momento.
O torcedor palmeirense está em festa. E não é para menos.
Embora muitos não valorizem o Campeonato Paulista, este título teve um sabor
todo especial para os torcedores alviverdes e para a história do clube. Pela
primeira vez, o Verdão foi campeão em cima do Corinthians dentro de seu próprio
estádio – se perdesse, os corintianos festejariam o segundo título no Allianz
Parque.
E, mais: o Palmeiras, com essa conquista, evitou um inédito
tetracampeonato estadual do seu maior rival. Além disso, o Verdão quebra um
incômodo jejum de 12 anos sem conquistar o título do Campeonato Paulista e já
garante ao menos um caneco em 2020 – o último havia sido no Brasileirão de
2018.
E o clube acaba fazendo renascer o técnico Vanderlei
Luxemburgo, multicampeão na década de 1990, mas que nos últimos anos estava em
baixa. A atitude dos jogadores palmeirenses em campo no jogo de volta das
finais teve grande motivação do treinador, acostumado com esse tipo de finais.
Ainda assim, pelo investimento que tem, o Palmeiras jogou
muito abaixo do que poderia e ainda quase colocou tudo a perder com um pênalti
nos acréscimos. Porém, na decisão pelas penalidades máximas, o Verdão levou a
melhor e com destaque para Patrick de Paula, jovem jogador que teve a
responsabilidade da quinta e última cobrança, que deu o título os palmeirenses.
Com a conquista, o Palmeiras tira um peso das costas e entra
animado no Campeonato Brasileiro, além da sequência na Libertadores em
setembro.
Por outro lado, o Corinthians não pode abaixar a cabeça.
Como disse o presidente Andrés Sánchez após a partida, a temporada ainda não
acabou. E o Timão ainda tem a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro pela
frente.
Apesar das dificuldades contra o Palmeiras na final, a
equipe alvinegra não perdeu dentro de campo. Aliás, são seis jogos de
invencibilidade após a quarentena. E com apenas um gol sofrido. E com o
atacante Jô mostrando que não perdeu o faro de gols. Isso é importante
ressaltar.
O Corinthians de Tiago Nunes é competitivo. E, como já disse
anteriormente, pode surpreender no Brasileirão, pois tem um estilo de jogo
parecido com 2017, nos tempos do técnico Fabio Carille. E em um torneio de
mata-mata, como a Copa do Brasil, também entra muito forte.
Vai começar o Campeonato Brasileiro 2020. Não da forma como
gostaríamos, já que estamos em plena pandemia de coronavírus e com mais de 1.000
pessoas morrendo por dia no país por conta da doença. Mas, no paralelo mundo do
futebol, com os estádios vazios, a bola vai rolar. E, dentro de campo, o
Flamengo já começa o torneio como amplo favorito ao segundo título consecutivo.
Tecnicamente, a equipe carioca é muito superior aos demais
clubes. Claro que muita coisa pode acontecer. Até mesmo o novo técnico, Domenec
Torrent, pode não dar ‘liga’ e a equipe naufragar na competição. Porém, é pouco
provável. E, quem quiser brigar pelo título com o rubro-negro, vai ter que
lutar pelos três pontos desde o início, com o máximo de aproveitamento. Quem
quiser chegar na frente, não vai poder se dar ao luxo de colocar reservas nas
primeiras rodadas para ir buscar depois. Aí, o Flamengo provavelmente já vai
ter disparado.
Quanto aos possíveis concorrentes, entendo que o Grêmio hoje
é o clube que tem mais potencial de brigar, mesmo perdendo o atacante Everton
Cebolinha para o Benfica de Portugal. Mas o clube gaúcho, que mantém a mesma
base há cinco anos, é um time bem entrosado e que parece sempre jogar com a ‘faca
nos dentes’.
O Palmeiras, que no ano passado não conseguiu nem chegar ao
vice-campeonato, desta vez está ainda mais enfraquecido. Mesmo com uma base
mantida e com bons jogadores, perdeu Dudu, sua principal referência, e ainda
não mostrou um futebol convincente neste atípico ano de 2020. Mesmo com o alto
investimento, não inspira tanta confiança em campo.
Outro que pode surpreender e brigar em cima é o Corinthians.
Apesar do início ruim na temporada, o time do técnico Tiago Nunes ganhou corpo
e, independente do resultado da decisão do Campeonato Paulista (a coluna está
sendo escrita antes da partida), é um time que merece respeito. Vejo o
alvinegro hoje exatamente como estava em 2017, com Fabio Carille, quando tinha
um futebol defensivo consistente e que acabou sendo campeão brasileiro com
folga – embora muitos duvidassem.
Muito se fala do Atlético-MG, que investiu pesado e de forma
até arriscada nesta temporada. Mas, apesar do excelente técnico Jorge Sampaoli,
não vejo o Galo com poder para desbancar o Flamengo e nem mesmo Grêmio ou
Palmeiras. As contratações foram muitas, mas não tem jogadores realmente de
peso. Falta um atacante mais qualificado, por exemplo, e a defesa se mostra
altamente instável, como tem sido no Campeonato Mineiro.
***
Entre os demais times paulistas, o São Paulo e o Santos se
mostram distantes da briga pelo título. O Tricolor do Morumbi parece não ter
confiança e, como já disse antes, se mostra um time ‘sem alma’ dentro de campo.
O trabalho do técnico Fernando Diniz está longe de empolgar os torcedores e, se
a equipe brigar por vaga na Libertadores, já vai ser uma grande conquista.
O Santos vive uma das piores crises internas de sua
história. O vice-campeão brasileiro do ano passado perdeu o técnico Sampaoli e
não deu certo com Jesualdo Ferreira. Agora, aposta novamente em Cuca que vai
para sua terceira passagem pelo clube e tenta reerguer o Peixe. A equipe perdeu
também muitos jogadores importantes e se mostrou bem abaixo dos rivais no
Paulistão. O Santos, um clube gigante em todos os aspectos, este ano vai
precisar contar muito com o peso da camisa para evitar uma campanha vexatória.
Ao menos é o que parece neste início de competição.
E, para finalizar, não podemos deixar de falar do Red Bull
Bragantino. Com investimento pesado, volta à elite nacional depois de 22 anos.
E o vice-campeão brasileiro de 1991 é o novo milionário do futebol brasileiro.
Pode fazer, sim, uma boa campanha, já que tem um elenco bem montado e
encorpado. Mas, neste começo, não acredito que possa brigar por títulos. Mas
certamente vai dar trabalho aos grandes.
***
E, finalizando, entre os outros clubes considerados grandes
do futebol brasileiro, não vejo nenhum deles em condição de brigar por títulos.
Vasco e Botafogo estão com times muito abaixo da média dos demais e correm o
risco de brigar na parte de baixo da tabela. O Fluminense, que está um pouco
acima, conta com o competente técnico Odair Hellmann, que fez grande trabalho
no Internacional e poderá ajudar o Flu. Mas longe de brigar pelo título do Brasileirão.
Não tem elenco para isso.
E o Internacional de Porto Alegre, apesar do técnico Eduardo
Coudet, que é bastante capacitado, não tem um elenco à altura de vestir a
camisa do clube que em outros tempos já desbancou o poderoso Barcelona. Assim
como o São Paulo, se o Colorado conseguir uma vaga na Libertadores, já vai ser
de grande tamanho pelos jogadores que têm atualmente.
Corinthians e Palmeiras iniciam nesta quarta-feira mais uma
final de Campeonato Paulista. Certamente, mais um jogo tenso e muito disputado.
Dizem que em clássico não há favoritos. Entendo que nem sempre é assim. E,
ainda mais: nem sempre o fato de ter um elenco teoricamente mais qualificado é
garantia de uma grande apresentação.
No papel, o Palmeiras tem um time mais entrosado e mais caro
do que o do Corinthians. Mas, após a perda de Dudu, justamente a sua principal
peça, o Verdão perdeu muito. E o Timão, mesmo com grande reformulação, parece
ter ‘encaixado’ sob o comando de Tiago Nunes.
O Corinthians vem de quatro jogos sem tomar gol. Está sólido
na defesa e eficiente no ataque. Contra o Bragantino, nas quartas de final,
mostrou maturidade, personalidade e tranquilidade. E, além disso, vem de três
títulos estaduais consecutivos. A equipe alvinegra está jogando em um padrão
muito parecido com o que fazia nos tempos recentes de Fabio Carille ou até
mesmo na primeira passagem de Mano Menezes, quando era muito difícil fazer um
gol no Timão.
Vejo o Corinthians emocionalmente mais tranquilo e seguro para estas finais. É como se não tivesse tanto o peso e a responsabilidade de ser campeão, embora a cobrança também seja grande.
O jogador Marcos Rocha, da SE Palmeiras, recebe camisa em comemoração aos 100 jogos pelo clube, após treinamento, na Academia de Futebol. (Foto: Cesar Greco)
No Palmeiras, ao contrário, o ambiente em campo é mais
tenso. O time, mesmo bem qualificado, ainda não fez atuações convincentes e
ainda perdeu para o próprio Corinthians na primeira fase. E, como vem de outros
fracassos recentes contra o Timão, a pressão sobe ainda mais.
E, outra: o Verdão passou o ano de 2019 todo em branco, sem
títulos. E, com tanto investimento, a cobrança é gigantesca pelos resultados.
Enquanto o Corinthians busca o quarto título seguido, o Palmeiras tenta quebrar
um tabu de 12 anos sem levantar o caneco no Paulista.
Vejo, sim, o Corinthians como favorito a conquistar o
título, embora em Itaquera o discurso seja de jogar a responsabilidade para o
rival, se auto declarando como ‘quinta força’, estratégia parecida no ano
passado. E que deu certo.
Digo e repito: Ayrton Senna é o maior piloto de
automobilismo de todos os tempos. Não é achismo. É fato. Por tudo o que ele fez
a bordo de seus carros ao longo da carreira. Vencer uma corrida com apenas uma
das seis marchas funcionando nas últimas sete voltas, com câmbio manual,
superando um concorrente com câmbio automático, foi um momento único, histórico
e que, desde1991, fica na memória da Fórmula 1.
Neste último domingo, dia 2 de agosto, outro gênio (e que é
fã de Ayrton Senna, diga-se de passagem), conseguiu também um feito que, embora
de menores proporções, lembra um pouco o que o brasileiro fez em Interlagos há
29 anos.
Lewis Hamilton, hexacampeão mundial, dono de 87 vitória até agora e rumo a superar os números de Michael Schumacher, teve uma atuação de gala. E, também, dentro de casa, em Silverstone, na Inglaterra.
Depois de dominar a corrida inteira, com uma liderança
tranquila, sem ser ameaçado, viu seu pneu dianteiro esquerdo se deteriorar na
última volta. A poucos metros do final, conseguiu se manter na pista de forma
espetacular e, mais do que isso: não permitiu a aproximação do holandês Max
Verstappen, o segundo colocado, que vinha ‘babando’ atrás. Outros pilotos
tiveram o mesmo problema na reta final da prova, como Valtteri Bottas e Carlos
Sainz. Mas, vencer uma corrida com o pneu furado, foi algo inédito na história
da categoria. E Hamilton mostra toda sua superioridade técnica em relação aos
demais e parte rumo a mais um título na carreira.
Definitivamente, foi uma corrida para entrar para a história, marcada como um dos grandes feitos de um piloto de Fórmula 1.